Festa Junina nas Escolas: Muito Além da Quadrilha

Comidas típicas, bandeirinhas coloridas, quadrilhas animadas e trajes caipiras: a Festa Junina é um dos eventos mais esperados do calendário escolar. Mas, para além da celebração, esse momento pode (e deve) ser uma oportunidade rica de aprendizagem cultural, histórica e interdisciplinar.

Celebrar a Festa Junina na escola é valorizar a identidade popular brasileira, promover o respeito às tradições regionais e desenvolver competências por meio de práticas pedagógicas lúdicas e significativas.

De onde vem a Festa Junina?

A Festa Junina tem origem nas celebrações europeias em homenagem a santos católicos (São João, Santo Antônio e São Pedro), trazidas ao Brasil durante a colonização portuguesa. Com o tempo, essas festas se misturaram a elementos da cultura indígena, africana e sertaneja, formando o que hoje conhecemos como um dos maiores símbolos da cultura popular brasileira.

Cada região do país deu seu toque especial, o que torna a Festa Junina um exemplo vivo de diversidade cultural.

O valor pedagógico da Festa Junina

A escola não deve enxergar a Festa Junina apenas como um “evento festivo”, mas sim como uma prática pedagógica integrada.

Veja alguns conteúdos que podem ser explorados:

• História: origem das festas, formação cultural brasileira, tradições populares.

• Geografia: cultura das regiões brasileiras, clima e agricultura típica do mês de junho.

• Matemática: organização de barracas, contagem de itens, vendas simbólicas, jogos de lógica.

• Português: leitura e interpretação de textos juninos, produção de convites, poemas ou parlendas.

• Arte: confecção de bandeirinhas, cartazes, figurinos, danças.

• Educação Física: ensaio das quadrilhas, brincadeiras tradicionais como pescaria, corrida do saco, dança da laranja.

• Educação Moral e Cívica: trabalho em equipe, respeito às diferenças culturais, valorização do coletivo.

Tradição com propósito

Um dos grandes erros é transformar a Festa Junina em um “show” apenas para os pais. A proposta não é espetáculo, mas sim vivência educativa. A festa precisa ser construída com os alunos, e não apenas para o público externo.

Cada brincadeira, música ou enfeite pode estar ligado a uma sequência didática, permitindo que os estudantes aprendam de forma prazerosa e participativa.

Educação para além da sala

A Festa Junina também é espaço para fortalecer laços entre escola, família e comunidade. É nesse tipo de evento que muitas crianças e adolescentes se sentem mais pertencentes ao ambiente escolar.

Além disso, é possível usar o evento como uma atividade interdisciplinar de formação cidadã: planejamento coletivo, divisão de tarefas, arrecadação solidária, debates sobre consumo e alimentação saudável, entre outros.

E a formação do professor?

Para planejar eventos como esse com intencionalidade pedagógica, o professor precisa de formação continuada. O conhecimento sobre cultura popular, diversidade, história e metodologias ativas são ferramentas importantes para transformar eventos escolares em projetos de aprendizagem reais.

No CICEP Cursos, oferecemos pós-graduações em Educação Infantil, Ensino Fundamental, Projetos Escolares e Gestão Escolar com foco prático e aplicável. São formações pensadas para quem atua em sala de aula e deseja transformar o cotidiano pedagógico com mais conhecimento e criatividade.

Conclusão

A Festa Junina pode ser divertida, afetiva e profunda ao mesmo tempo. Quando planejada com intencionalidade, ela fortalece a cultura brasileira, promove aprendizagem e deixa memórias afetivas duradouras.

Porque ensinar também é celebrar — e celebrar também é ensinar.